O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou o uso do inquérito policial como instrumento para investigação de crimes de corrupção. Segundo Janot, o modelo atual é arcaico e ineficiente contra uma nova criminalidade mais sofisticada. 
A crítica foi feita, nesta segunda-feira (17/08), durante a abertura do simpósio da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) voltado para a discussão da pesquisa inédita “A investigação e a persecução penal da corrupção e dos delitos econômicos: uma pesquisa empírica do sistema de Justiça Federal”. 
“Diante da escalada criminal cada vez mais complexa e informatizada, os procedimentos precisam ser revistos. Uma investigação necessita de uma interação de expertises e articulação de ações”, afirmou o procurador-geral. 
De acordo com a pesquisa, 27,7% dos inquéritos policiais concluídos no país acabam em denúncias à Justiça Federal. A falta de provas e a prescrição são as principais razões para o arquivamento das investigações. Quando o inquérito é concluído em até três anos, o índice de denúncias é superior ao de arquivamento.
Em conjunto
A pesquisa também aponta a necessidade de maior interação entre instituições investigativas como o Ministério Público da União (MPU), a Polícia Federal (PF), o Tribunal de Contas da União (TCU) e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
“As organizações de controle não estão articuladas, isso acaba resultando em um número massivo de arquivamentos”, disse o promotor de Justiça Bruno Amaral Machado. 
Empresários ou profissionais liberais, entre 40 e 59 anos, com ensino superior completo, são os que mais respondem a inquéritos relacionados a corrupção, de acordo com a pesquisa.
“Métodos antigos possuem pouca eficiência e efetividade para alcançar a criminalidade contemporânea, a elite do crime”, afirmou o procurador-geral da República.

Janot

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JOTA

Segundo Rodrigo Janot, modelo atual é arcaico e ineficiente diante da maior sofisticação da criminalidade

Dois em cada três inquéritos policiais são arquivados por falta de provas ou prescrição

Segundo Rodrigo Janot, modelo atual é arcaico e ineficiente diante da maior sofisticação da criminalidade