Bárbara Lobato

*Atualizada às 13h para acréscimo dos nomes dos envolvidos
A Polícia Federal deflagrou mais uma operação nesta sexta-feira (26/02), em seis Estados e no Distrito Federal, onde cumpre 44 mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva.
O foco são contratos de construção de ferrovias e os indícios de irregularidades foram colhidos em acordos de delação premiada e de leniência firmados na operação Lava Jato.
A ação da PF, no entanto, não foi classificada como uma nova fase da investigação que corre em Curitiba e apura prejuízos causados por um cartel de empreiteiras contra a Petrobras e a Eletronuclear. Segundo investigadores, trata-se de um desdobramento da Lava Jato.
A operação recebeu o nome de "recebedor".
Há ações na sede da Odebrecht do Rio de Janeiro, além das construtoras Serveng, Queiroz Galvão e Mendes Junior. As diligências ocorrem no DF,  São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Maranhão.
Cartel em ferrovias
As buscas têm como objetivo recolher provas sobre possível pagamento de propinas para a construção das Ferrovias Norte e Sul e Integração Leste-Oeste. Há suspeita de formação de cartel e lavagem de dinheiro a partir de superfaturamento das obras.
A Operação surgiu a partir de acordo de leniência e delação premiada de um dos investigados na Lava Jato, que forneceu documentos. Depois disso, a PF colheu depoimentos de pessoas relacionadas ao caso. No ano passado, o presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, contou à força-tarefa que pagou propina de R$ 100 milhões na construção da Norte Sul - obra emblemática do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O primeiro desdobramento da Lava Jato ocorreu com a Operação Cratons, que investigou crimes ambientais e comércio ilegal de diamantes em terras indígenas em Roraima (RO) no fim do ano passado.
Outras operações
O nome da operação faz referência à defesa apresentada por um dos alvos em uma investigação anterior intitulada "Trem Pagador", na qual seus advogados alegaram que "se o trem era pagador, o alvo não fora o recebedor"
A Norte Sul já foi investigada por outras operações da PF e do Ministério Público Federal. Na Trem Pagador, um ex-presidente da Valec, estatal responsável por ferrovias, chegou a ser preso. Trata-se de José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha, que havia sido indicado ao cargo pelo PMDB.  Juquinha e outras sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal.
Em outra operação, a Boi Barrica, a PF chegou a apontar tráfico de influência do filho de José Sarney, Fernando Sarney, em estatais como a Valec. A operação, no entanto,  foi anulada pelo STJ.
Levantamento do JOTA traz, abaixo, os nomes de todos os citados nesta operação.
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<tr>
<td width="213">PR</td>
<td width="213">1.     CR Almeida S/A Engenharia de Obras;
2.     IVAI Engenharia de Obras S/A</td>
</tr>
<tr>
<td width="213">MA</td>
<td width="213">1.     Agrosserra – Agropecuaria e Industrial Serra Grande LTDA
&nbsp;</td>
</tr>
<tr>
<td width="213">RJ</td>
<td width="213">1.     Construtora Noberto Odebecht
&nbsp;</td>
</tr>
<tr>
<td width="213">MG</td>
<td width="213">1.     Servix Engenharia S/A (Lagoa Santa/MG);
2.     SPA Engenharia;
3.     Egesa Engenharia S/A;
4.     Construtora Barroso Mello S/A;
5.     Consorcio Aterpa M. Martins – EBATE;
6.     TORC – Terraplanagem Obras Rodoviárias e Construção LTDA;
7.     Hugo de Magalhães;
8.     Joao Bosco Santos Dutra (Arcos – MG);
9.     João Bosco Santos Dutra;
10. Bruno Von Bentzeen Rodrigues;
11. Eduardo Martins;
12. Daniel Nobrega Lima de Oliveira (Nova Lima – MG)</td>
</tr>
<tr>
<td width="213">SP</td>
<td width="213">1.     Construtora Queiroz Galvão;
2.     Mendes Junior Trading e Eng S/A;
3.     Galvão Engenharia;
4.     Constran – Construções e Comércio;
5.     Construtora OAS;
6.     Serveng Civil San S/A Empresas associadas de engenharia;
7.     Cavan Pré-moldado;
8.     TIISA – Infraestrutura e investimentos
9.     BRAEMP Brasil Empreendimentos e participações;
10. Pedro Augusto Carneiro Leão Neto</td>
</tr>
<tr>
<td width="213">DF</td>
<td width="213">1.     Ulisses Assad;
2.     Rony José Silva Moura;
3.     Luiz Sérgio Nogueira;
4.     Aloysio Braga Cardoso da Silva;
5.     Leandro Barata Diniz;
6.     Alfredo Moreira Filho;
7.     Laize de Freitas</td>
</tr>
<tr>
<td width="213">GO</td>
<td width="213">1.     ELCCOM Engenharia EIRELI;
2.     Evolução Tecnologia e Planejamento LTDA;
3.     Heli Dourado Advogados Associados;
4.     Consórcio Ferrosul (Santa helena-GO);
5.     Heli Dourado Advogados Associados;
6.     José Franscisco das Neves;
7.     Marivone Ferreira das Neves;
8.     Jader Ferreira das Neves;
9.     Rodrigo Ferreira Lopes Silva;
10. Rafael Mundim Rezende;
11. Josias Gonzaga Cardoso;
12. Juarez José Lopes Macedo
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</tr>
</tbody>
</table>

Captura de Tela 2016-02-26 às 9.01.10 AM

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Desdobramento da Lava Jato leva PF a investigar cartel em ferrovias

Operação é batizada de Recebedor