Redação JOTA

Nesta quinta-feira (23/7), o Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) pelos crimes de corrupção passiva,  lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. De acordo com o MPE, Alckmin recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht durante a campanha para o governo de São Paulo em 2010, e R$ 9,3 milhões na campanha de reeleição em 2014, e não declarou os valores à Justiça Eleitoral. <a href="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/07/denuncia-ipl-143-2018-3-1-compressed.pdf">Leia a íntegra da denúncia</a>.
O MPE também denunciou Marcos Antônio Monteiro, tesoureiro da campanha de Alckmin de 2014, Sebastião Eduardo Alves de Castro, ex-assessor da Secretaria de Planejamento do governo de São Paulo, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Luiz Antônio Bueno Júnior, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Maria Lúcia Guimarães Tavares, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares, executivos da Odebrecht.
<a href="https://conteudo.jota.info/risco-politico"><img class="aligncenter wp-image-244336 size-medium default" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/04/cta-risco-politico-300x300.png" sizes="(max-width: 500px) 100vw, 500px" srcset="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/04/cta-risco-politico-300x300.png 300w, https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/04/cta-risco-politico-1024x1024.png 1024w, https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/04/cta-risco-politico-150x150.png 150w, https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/04/cta-risco-politico-768x768.png 768w, https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/04/cta-risco-politico.png 1080w" alt="" width="500" height="500" /></a>
De acordo com a denúncia, assinada pelos promotores eleitorais Fábio Ramazzini Bechara, Everton Luiz Zanella, Luiz Ambra Neto e João Santa Terra Júnior, as propinas foram paga pela Odebrecht em troca de favorecimento na licitação das obras do Rodoanel e da Linha 6 do Metrô de São Paulo.
"O quadro de corrupção passiva descrito, em que o candidato ao cargo de Governador do Estado de São Paulo, com o pretexto de financiamento de campanhas eleitorais, materializou-se em circunstâncias claramente ilícitas, com o manuseio de altas cifras em espécie, a revelia do sistema financeiro oficial e com o uso de estruturas especificamente voltadas a pra tica de ilícitos", diz o MPE.
O órgão diz que, em 2010, os pagamentos da Odebrecht foram realizados para Alckmin em locais previamente indicados por Adhemar Cesar Ribeiro, programados com o codinome "Belém", e a liberação era efetivada por meio de senhas utilizadas para pagamento, como “acara, escravo, cabana, teatro peixe, presépio, borracha, fafa, colônia, pastel". Os valores, segundo a denúncia, foram entregues em espécie por Álvaro José Gallies Novis, apelidado de "paulistinha".
Já em 2014, os pagamentos foram realizados em locais previamente indicados por Marcos Antônio Monteiro, e foram usados os codinomes "Salsicha, MM e MM Partido", e as senhas utilizadas eram “colônia, pastel, teatro, presépio, borracha, escravo, cabana, acara”. Os valores também foram entregues em espécie por Novis, segundo o MPE.
A denúncia narra que a Odebrecht ao participar de cartéis classificava partidos políticos pelos nomes de clubes de futebol e os políticos beneficiados pelo código de “atacante”, no caso de candidatos a presidência, e de “meias” no caso de candidatos a governador. Nesse contexto, o PSDB foi identificado como “Corinthians”, e Alckmin como “meia".
Em nota, a defesa de Alckmin "lamenta a denúncia oferecida, pois jamais foi procurado pelas autoridades policiais para se manifestar a respeito dos fatos. As apressadas conclusões do inquérito são infundadas e não encontram suporte nos fatos. Por isso, confiante na Justiça, responderá aos termos da denúncia, seguro de que não praticou qualquer ilícito, até porque nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados. Nem, tampouco, praticou qualquer ato de corrupção durante mais de 40 anos de vida pública".
Já o PSDB disse: "O Diretório Estadual do PSDB-SP reitera sua confiança na idoneidade do ex-governador Geraldo Alckmin. Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão.  Acreditamos na Justiça e temos convicção de que, ao final do processo, os fatos serão devidamente esclarecidos. Marco Vinholi - Presidente Estadual do PSDB-SP".
A ação penal eleitoral tramita com o número 0600110-17.2020.6.26.0001.

alckmin x wilson dias ag br

https://images.jota.info/wp-content/uploads/2021/09/copy-of-jota-logo-high-cmyk.jpeg

JOTA

Ex-governador foi identificado em planilha da empreiteira como 'meia' e PSDB como 'Corinthians'. Leia a íntegra da denúncia

MPE: Alckmin recebeu R$ 11 mi não declaradas da Odebrecht em campanhas eleitorais

Segundo MPE, ex-governador de SP Geraldo Alckmin recebeu R$ 2 milhões na campanha de 2010 e R$ 9,3 milhões em 2014; leia a íntegra da denúncia