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O aplicativo usado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para gestão de hospitais da rede poderá passar a ser usado em todo o SUS. O Ministério da Saúde iniciou entendimentos com a estatal para um acordo de cooperação, informou ao JOTA o diretor de tecnologia da EBSERH, Giliate Coelho.
Neste mês, um pedido para que o aplicativo seja usado em um hospital da rede federal, no Rio, foi formalizado. A cessão do código fonte não terá custos para o Ministério da Saúde. De acordo com Coelho, foram iniciadas conversas também para que o aplicativo possa ser usado em secretarias estaduais e municipais de saúde. Neste caso, a negociação é feita com Conass e Conasems.
O aplicativo da EBSERH é usado desde a criação da estatal. Ele foi desenvolvido no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, internalizado pela EBSERH e adotado pelos 41 hospitais que integram a rede. Ao todo, são 25 milhões de pacientes cadastrados. Os dados são usados por 50 mil servidores, com 3 milhões de acessos por mês. “Uma das grandes vantagens é a de que a instalação é local. Com isso, se houver um problema (uma invasão, por exemplo) ele não atinge toda a rede”, disse Coelho.
A adoção de um prontuário eletrônico no sistema hospitalar é uma demanda antiga dos gestores. Hoje, prontuários estão disponíveis em cerca de 80% dos serviços de atenção primária. Mas para que haja efetividade do recurso é essencial que a rede toda esteja conectada.
Algumas tentativas já foram feitas para informatização dos dados, como o ESUS Hospitalar, mas não deslancharam. O JOTA apurou que empresas privadas também haviam se mostrado interessadas em prestar o serviço.
Embora a instalação da fonte seja local, as informações são compartilhadas. Um paciente atendido num hospital universitário da região Nordeste, por exemplo, caso necessite de assistência em um hospital universitário de outro local, poderá ter seus dados disponibilizados.
O diretor da EBSERH afirma que o aplicativo, além do prontuário eletrônico de pacientes, reúne informações de estoque, das farmácias e do faturamento, por exemplo. Permite também acesso ao sistema de regulação.
“O uso do prontuário eletrônico digital melhora a eficiência de forma geral.” Isso passa desde informação de dados do paciente e da prescrição (não há problemas, por exemplo, com a letra do médico usada no receituário), evita a realização de exames duplicados, além de melhorar a administração.
“No período da pandemia, foi possível ter controle dos estoques nos hospitais do país. Isso facilitou remanejamentos, ajudou o planejamento e a atuar de forma preventiva.”
Análise preditiva
As informações sobre registros hospitalares, além de auxiliar o paciente e a gestão, podem ajudar a vigilância epidemiológica. Um aumento inesperado de internações por determinada causa, por exemplo, pode ser um indicativo de que há algum fator de saúde que mereça ser investigado. Atualmente, a ferramenta não é usada com esse objetivo.
Coelho afirma, no entanto, que há perspectivas de que o aplicativo, cuja sigla é AGHU, possa também ser usado em pesquisas. Um acordo está em negociação com Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, da Fiocruz da Bahia.