Em ascensão nas pesquisas eleitorais, o presidente Jair Bolsonaro tem sido aconselhado por aliados a priorizar, nos próximos meses, os três maiores colégios eleitorais do país para as eleições de 2022: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
O movimento tem como base o que ocorreu no segundo turno da eleição em 2018, em que a vantagem nesses estados obtida pelo então candidato do PSL contra o petista Fernando Haddad, de cerca de 12 milhões de votos, neutralizou a diferença de votos que o PT alcançou sobre Bolsonaro no Nordeste, de 11 milhões.
A prioridade no Sudeste vai além dos palanques de governadores aliados. Para alargar eventual vantagem contra o ex-presidente Lula, o cálculo é que Bolsonaro precisaria reproduzir, em nível regional, uma aproximação com segmentos que tem priorizado nacionalmente, a exemplo da reunião em Brasília com centenas de lideranças evangélicas, realizada no início deste mês.
A verticalização dessas alianças se justificaria pelo argumento de que ainda seria possível subir nas pesquisas, dentro desses nichos, a partir de um espaço que já pertenceu ao próprio Bolsonaro na eleição passada, mas que estaria em disputa em decorrência dos erros cometidos pelo governo na condução da pandemia e do desgaste econômico provocado pelo aumento da inflação e preço dos combustíveis.
Há ainda expectativa para que o eixo RJ-MG-SP seja privilegiado na reforma ministerial que será feita ao fim da janela partidária, em abril, com a saída dos ministros que irão disputar a eleição. O cálculo é que, ao nomear quadros oriundos desses estados, Bolsonaro poderia se beneficiar por resgatar para o Executivo parte de prerrogativa que o próprio governo delegou ao Congresso Nacional, em troca da aliança com o centrão: uma interlocução mais direta com os operadores políticos desses estados, potenciais cabos eleitorais, que hoje estão hoje reféns do poder dos parlamentares pelo controle do orçamento da União via emendas.