Roberto Maltchik

Às vésperas do envio da <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/ldo">Proposta de Lei Orçamentária ao Congresso</a> (Ploa), o governo federal não apresentou na Mesa Nacional de Negociação Permanente <a href="https://www.jota.info/carreira/governo-anuncia-regras-da-mesa-permanente-com-servidores-11072023">(MNNP)</a> uma proposta de reajuste aos servidores ao longo dos próximos três anos. Na reunião, que ocorreu nesta terça-feira, o secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação, José Lopez Feijóo, se limitou a informar que há cerca de R$ 1,5 bilhão reservados para essa finalidade no <a href="https://www.jota.info/carreira/governo-anuncia-regras-da-mesa-permanente-com-servidores-11072023">orçamento de 2024</a>.
“Mas vamos trabalhar para ampliar os recursos disponíveis”, afirmou Feijóo, que condicionou um maior espaço para reajustes ao aumento de arrecadação esperado pelo governo para o segundo semestre: “O processo de reconstrução do Estado é longo e vamos nos empenhar para ao longo do próximo período para termos mais espaço para apresentar uma proposta definitiva aos servidores”, completou.
As entidades do funcionalismo reagiram negativamente à posição do governo. O vice-presidente de Comunicação do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Fabio Faiad, afirmou que o governo precisa adotar um calendário que dê clareza sobre o avanço das negociações salariais.
"O Fonacate e os demais representantes dos servidores ficaram indignados com a falta de uma proposta. É urgente que seja estabelecido um calendário imediato e abreviado para apresentação de proposta e para uma negociação mais célere com os servidores públicos federais", avaliou Faiad.
Antes mesmo da reunião, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) havia marcado, para esta quarta-feira, um ato de mobilização pela recomposição das perdas salariais dos servidores nos últimos anos. O secretário-geral do Condsef, Sérgio Ronaldo, afirma que, sem mobilização, esse cenário não será alterado.
"Isso que foi apresentado hoje está muito aquém do que se espera. Vamos construir um calendário de mobilização. Acabou a moleza. A hora é de mobilizar para disputar o orçamento e pressionar o Congresso".
Nas próximas reuniões, governo e representantes dos servidores vão debater as pautas salariais e não-salariais. Na sexta-feira [1/9], vão ser apresentadas as primeiras dez mesas setoriais. As primeiras já anunciadas serão dos TAEs (Técnicos Administrativos da Educação), policiais federais e dos policiais rodoviários federais.
Este ano, o governo concedeu aumento linear de 9%, e reajuste de 43,6% no auxílio-alimentação, que passou de R$ 458,00 para R$ 658,00.

Esplanada dos Ministérios

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JOTA

Governo informou na Mesa Nacional de Negociação que, por ora, tem R$ 1,5 bilhão para 2024. Entidades protestam e pedem calendário

Servidores ficam sem proposta salarial em reunião decisiva

Governo informou na Mesa Nacional de Negociação que, por ora, tem R$ 1,5 bilhão para 2024. Entidades protestam e pedem calendário