Flávia Maia
Analista de Judiciário do JOTA em Brasília. Antes foi repórter dos jornais Correio Braziliense e Valor Econômico e assessora de comunicação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). É graduada em Direito no IDP
Novo modelo se difere quanto à rapidez do processador, baterias mais duráveis e maior acessibilidade
A Justiça eleitoral informou nesta terça-feira (26/7) que está em posse das 225 mil novas urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2022. Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), essa foi a maior produção da história e as urnas eletrônicas modelo 2020 correspondem a 21,6% de todas as 1.042.118 urnas produzidas desde 1996 até hoje.
A empresa responsável pela produção das urnas eletrônicas modelo 2020 é a Positivo, que ganhou a licitação em 2020. O TSE informou que inspecionou a fabricação dos módulos em Manaus (AM) e acompanhou todas as fases de montagem final e procedimentos de segurança dos equipamentos em Ilhéus (BA). Ainda de acordo com o TSE, o processo de fabricação das urnas é mais complexo do que o da maioria dos outros equipamentos eletrônicos para manter a qualidade e a estabilidade do processo de votação.
Atualmente o Brasil tem 577.125 urnas eletrônicas. Nas eleições serão usados os modelos UE 2020, UE 2015, UE 2013, UE 2011, UE 2010 e UE 2009 e, segundo o TSE, todas mantêm a integridade das eleições. Os modelos anteriores a 2009 já não se adaptam aos novos recursos de tecnologia que foram sendo incorporados ao longo do tempo. É importante lembrar que os modelos antigos são descartados pela Justiça Eleitoral.
Os modelos se diferem quanto à rapidez do processador, baterias mais duráveis e maior acessibilidade a grupos de eleitores com necessidades especiais.
1 – O processador do tipo System on a Chip (SOC) é 18 vezes mais rápido que o modelo 2015;
2 – Por não precisar de recarga, a bateria do tipo Lítio Ferro-Fosfato exige menos custos de conservação;
3 – A mídia de aplicação do tipo pen drive traz maior flexibilidade logística para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) na geração de mídias;
4 – A expectativa de duração da bateria é por toda a vida útil da urna;
5 – O terminal do mesário passa a ter tela totalmente gráfica, sem teclado físico, e superfície sensível ao toque;
6 – O novo modelo conta com um teclado aprimorado, com teclas com duplo fator de contato, o que permite ao próprio teclado acusar erro, caso haja mau contato ou tecla com curto-circuito intermitente;
7 – As urnas eletrônicas contarão com novidades em termos de acessibilidade, uma voltada para pessoas com deficiência visual, e outra para pessoas com deficiência auditiva. A sintetização de voz foi aprimorada para as eleições do próximo ano. Agora também serão falados os nomes de suplentes e vices, e será possível cadastrar um nome fonético. Além disso, será incluída uma apresentação de um intérprete de Libras na tela da urna, para indicar quais cargos estão em votação.
1 – As urnas eletrônicas não se conectam a nenhum tipo de rede, internet ou bluetooth;
2 – Uso de moderna criptografia, assinatura e resumo digitais, garantindo que somente o sistema e programas desenvolvidos pelo TSE e certificados pela Justiça Eleitoral sejam executados nos equipamentos;
3 – Mantidas as etapas de seguranças que integram o Ciclo de Transparência Democrática, como, por exemplo, a cerimônia na qual, após a inspeção dos códigos-fontes do sistema e dos programas por partidos, entidades públicas e universidades, todo o conteúdo é lacrado, recebendo a assinatura digital de autoridades, e trancado na sala-cofre do Tribunal;
4 – Possibilidade de auditoria das urnas, antes, durante e após a votação, pelos partidos e instituições fiscalizadoras que integram a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e pela sociedade em geral;
5 – Impressão da zerésima, isto é, do comprovante que mostra que, no início da votação, não há voto registrado na urna para nenhuma candidatura;
6 – Emissão dos Boletins de Urna (BUs) logo após o término da votação, com a distribuição de cópias aos partidos e a afixação do BU em cada seção eleitoral para quem quiser comparar com os dados divulgados no Portal do TSE;
7 – As urnas ainda contam com o Registro Digital do Voto (RDV). Nele, as informações sobre os votos são embaralhadas em uma tabela que assegura o sigilo da votação; e
8 – No dia da eleição, continua a ser realizado o Teste de Integridade em dezenas de urnas que já estavam prontas para uso.