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Turismo brasileiro se transforma e tem seu maior faturamento desde a pandemia

Viagens domésticas para destinos pouco explorados e ecoturismo aumentam junto a mudanças no comportamento dos viajantes

Ecoturismo cresceu nos últimos anos no país. Mato Grosso do Sul (na foto, o município de Bonito) é um dos mais visitados para a prática | Foto: Cristiano Ronaldo/ Unsplash

O turismo nacional teve seu melhor primeiro trimestre desde a pandemia de coronavírus no início de 2024, informou a Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O setor teve um faturamento total de R$ 48,2 bilhões entre janeiro e março de 2024. 

A tendência de crescimento na área reflete mudanças fundamentais no modo de consumo dos turistas – como escolha de destinos, período de viagens e estilo de acomodação – após o período de restrições ocorrido entre 2020 e 2021. 

Com isso, as atividades turísticas voltaram ao foco da movimentação econômica e de geração de renda, mas agora com novos modelos que escapam das figurinhas carimbadas no turismo. 

Viagens domésticas

Entre as mudanças comportamentais está o interesse cada vez maior em desbravar o próprio país. Uma pesquisa da empresa de monitoramento de dados turísticos ForwardKeys mostrou que mais da metade dos brasileiros pretende viajar dentro do território nacional em julho.

A companhia analisou as procuras e agendamentos de voos do público nacional e apontou que 60% deve visitar alguma cidade brasileira durante o mês de julho. Isso representa um aumento de 43% em relação ao interesse dos turistas no mesmo período no ano passado.

A mesma tendência foi registrada pelo Airbnb nos últimos anos. Segundo a empresa, os usuários da plataforma visitaram mais de 2,3 mil cidades no Brasil em 2023, segundo dados internos da empresa.1 Essa foi a maior variedade de destinos já registrada até então. 

A gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Airbnb no Brasil, Aleksandra Ristovic, observa que esta ampliação para novos destinos no país é uma tendência que vem crescendo.

“O turismo doméstico mostrou sua força, já que uma viagem de fim de semana para um destino próximo de casa pode ser não só mais fácil de planejar, mas também mais acessível”, explica.

Uma pesquisa do Datafolha feita no último ano e divulgada em maio parece comprovar a teoria  – firmando o turismo local como escolha preferida. Segundo o estudo, o Brasil é considerado o melhor destino para viajar na visão dos brasileiros consultados, superando os Estados Unidos.

Ecoturismo

Dentro das possibilidades que o turismo doméstico tem oferecido aos viajantes, uma das mais atraentes é o ecoturismo. O nicho é responsável por 60% do faturamento do setor no Brasil todo, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). 

O levantamento, feito em março, mostrou que o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul – berços da enorme biodiversidade do Pantanal – são os estados com maior número de empresas que oferecem serviços de ecoturismo no país.

Ristovic, do Airbnb, comenta que esta é uma das principais tendências turísticas desde o fim da pandemia. Para atender o número cada vez maior de interessados no movimento, a empresa lançou o projeto Rotas Airbnb em 2022, uma forma de facilitar o acesso do público a roteiros de viagem sustentáveis dentro do Brasil.

Já são dez rotas por todo o país, como o Litoral Norte de São Paulo; o estado do Paraná; a Costa do Cacau, no Sul da Bahia; e a Rota dos Cânions, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“Por meio das rotas, o Airbnb convida os viajantes a conhecer novos destinos e a apoiar a economia local por meio de viagens sustentáveis e responsáveis”, comenta a executiva.

Nessa linha, a tendência do ecoturismo encontra consonância com as pautas da Conferência da ONU para o Clima (COP-30), que acontecerá em Belém em novembro do próximo ano. O Ministério do Turismo brasileiro vem pontuando essa oportunidade com o crescimento do fluxo de viajantes dentro do país. 

Distribuição de destinos

Para Ristovic, a capilaridade das acomodações oferecidas por meio do Airbnb são aliadas desse processo. “A plataforma possibilita que viajantes descubram novos destinos de maneira mais acessível, também chegando a áreas onde não há hotéis disponíveis, por exemplo”, comenta.

Além da descoberta de novos destinos, a plataforma também permite maior distribuição de renda. Segundo a pesquisa da FecomercioSP, o setor de acomodações foi o segmento com o terceiro maior crescimento dentro do turismo, tendo uma alta de mais de 6% em relação ao ano passado.

“De acordo com dados internos do Airbnb, em 2023, mais de 40% do total de cidades brasileiras receberam hóspedes no Airbnb. Entre elas, mais de 165 cidades receberam seus primeiros hóspedes, sendo quase 80% destinos não urbanos”, complementa Ristovic.

Em certa medida, essa ampliação teve como impulso a popularização do trabalho remoto, uma das consequências mais duradouras da pandemia. 

Segundo a pesquisa Sondagem do Mercado de Trabalho, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, publicada no início deste ano, a média de dias trabalhados de casa reportada pelos pesquisados era de 1,4 dia por semana antes da pandemia. Em setembro de 2022, este número havia subido para 3,5 dias. E quase 70% dos respondentes disseram que a produtividade cresceu com o regime. 

“A expansão do trabalho remoto trouxe possibilidades inéditas para milhões de pessoas, inclusive enquanto planejam uma viagem”, comenta a representante do Airbnb. 

“Conhecer uma nova cidade e aproveitar mais tempo perto da natureza, por exemplo, deixaram de ser benefícios exclusivos dos períodos de férias de muitos profissionais, que agora têm mais flexibilidade na escolha de quando e para onde viajar”.

1 Dados internos do Airbnb entre 1º de janeiro de 2023 e 31 de dezembro de 2023.