Casa JOTA

Para a maioria das PCDs, assistente virtual facilitou cotidiano e gerou autonomia

Pesquisa de Alexa indica que a tecnologia contribui para independência de PCDs, permitindo atividades diárias antes inacessíveis

Edoardo Ghirotto, Ana Clara Muniz, Gabriel Melo, Lucas Liboni Gandia, Lígia Mello | Foto: Casa JOTA

Pesquisa nacional mostrou que dois em cada três pessoas com deficiência (PCDs) entendem que a tecnologia de assistência virtual teve impactos positivos em suas vidas – ao facilitar atividades diárias ou garantir mais autonomia. O levantamento, lançado nesta semana, ganhou destaque em evento na Casa JOTA nesta terça-feira (18/6), patrocinado por Alexa e Amazon.

Durante o painel, os participantes discutiram como as assistentes virtuais se tornaram um recurso essencial para PCDs e idosos, com dificuldades de mobilidade ou visão, pois facilitam a execução de tarefas cotidianas e promovem independência a essa população.

Ana Clara Muniz, jornalista, criadora de conteúdo e diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal, afirmou que utiliza a Alexa, assistente virtual da Amazon, tanto para tarefas simples, como acender as luzes ou abrir a porta de casa, quanto para pedir apoio em emergências.

Muniz destacou que a tecnologia lhe oferece a capacidade de realizar tarefas que, sozinha, não estariam ao seu alcance – já que sua condição de doença afeta a mobilidade. “Em alguns casos, quando pensamos em uma tecnologia como a Alexa, pode parecer que o recurso superficial para muitos. Mas, para pessoas com deficiência, a tecnologia passou a ser essencial”, avaliou.

Edoardo Ghirotto, analista do JOTA, e Ana Clara Muniz, criadora de conteúdo | Foto: Casa JOTA

A pesquisa, conduzida pela Hibou Pesquisas e Insights e encomendada pela Alexa, também revelou que 91% das PCDs estão familiarizadas com a tecnologia, sendo que uma em cada três utiliza esses dispositivos todos os dias. Além disso, o dispositivo da Amazon é usado por metade dos usuários de assistentes virtuais entrevistados. 

Segundo Ligia Mello, sócia e CSO da consultoria,, “autonomia” foi a palavra mais mencionada pelos participantes ao tratar da assistência virtual. Mello ressaltou que 42% dos entrevistados moram sozinhos e a Alexa desempenha um papel crucial não apenas na promoção da independência, mas também no fortalecimento da autoconfiança.

“Uma das pessoas entrevistadas, com deficiência visual e auditiva, conseguiu organizar todo o processo dela, para que tudo que ela escutasse fosse transformado em texto, com letras grandes, para que ela conseguisse ler”, disse Mello.

O compromisso é continuar acompanhando os avanços tecnológicos para oferecer uma experiência personalizada para os consumidores, segundo Gabriel Melo, head de marketing da Alexa.

Um dos objetivos seria tornar a assistente mais “conversacional” e adaptada à realidade de cada usuário – isto é, não somente responder a comandos, mas se tornar ainda mais ágil nas interações e capacidade de atender a demandas. “Queremos que a Alexa seja intuitiva para pessoas de todas as idades, de 8 a 80 anos,” afirmou.

Alexa se integra a outros 800 dispositivos atualmente | Foto: Casa JOTA

Nessa linha, uma novidade apresentada no painel foi a parceria entre a Alexa e o Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A partir deste mês, a assistente virtual passará a responder dúvidas sobre condições de saúde com informações validadas por médicos da instituição.

Lucas Liboni Gandia, porta-voz da comunicação institucional do Albert Einstein, destacou que já existem mais de 900 conteúdos disponíveis relacionados a condições de saúde na Alexa. Eles foram produzidos a partir das questões mais buscadas pelos usuários ao longo do tempo.

Segundo Gandia, a proposta da parceria foi unir tecnologia, saúde e comunicação, para oferecer informações médicas confiáveis, validadas por uma equipe de médicos, redatores e jornalistas especializados na área de saúde. “Precisamos garantir a informação correta, com uma linguagem acessível e didática para a população”, afirmou.

Esse trabalho deve continuar, e a expectativa é superar 1,5 mil respostas sobre condições de saúde até o final de 2024.

Assim, se espera que a assistente virtual ajude os usuários a obter informações validadas por profissionais de saúde, mas de maneira palpável ao público, o que deve contribuir para o acesso a orientações de qualidade – que podem até colaborar para a prevenção e alertar para a necessidade de buscar atenção médica.

Assistentes virtuais, como a Alexa, facilitam atividades cotidianas de PCDs e idosos | Foto: Casa JOTA