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A quarta edição da pesquisa com executivos de bancos e corretoras, encomendada pela plataforma de investimentos Genial à consultoria Quaest, mostra uma piora nas expectativas do mercado em relação à economia, com impacto na aprovação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Confira a íntegra.
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O principal fator de pessimismo do mercado é a incerteza em torno do êxito do plano de ajuste fiscal proposto: 95% não acreditam em déficit zero para 2024. A maioria avalia que, mesmo tendo boa chance de aprovação no Congresso, as medidas propostas para aumentar a arrecadação contribuirão pouco para o cumprimento das metas do arcabouço fiscal.
A maioria dos executivos (80%) espera que o Copom mantenha o ritmo de corte da Selic em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira (20), estabelecendo a taxa básica de juros em 12,75%.
A sondagem consultou de forma online 87 profissionais, incluindo gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os dias 13 e 18 de julho.
Minirreforma ministerial
Executivos do mercado voltaram a manifestar preocupação sobre a capacidade do governo aprovar sua agenda no Congresso. Os que duvidam da capacidade de aprovação voltaram a superar os que acreditam nela: 27% a 20%. Para 44%, o espaço aberto para PP e Republicanos no governo não altera esse panorama, enquanto 56% acreditam que o embarque desses partidos pode ter um impacto positivo.
Sobre as reformas propostas, o panorama mais favorável é o da tributária: 74% acreditam que o Senado concluirá a reforma neste ano. Entretanto, o otimismo muda em relação à reforma do Imposto de Renda: 72% avaliam que a reforma não será votada este ano.
Avaliação negativa sobre investimentos
A sondagem perguntou também sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado em agosto, e 71% consideraram o programa como uma medida desfavorável. O valor anunciado de R$ 1,68 trilhão é considerado inadequado por 85% e os investimentos previstos não serão eficientes para fazer o país crescer na opinião de 86%. As expectativas são negativas também sobre investimentos externos no Brasil. Para 36% haverá aumento (contra 54% em julho) e para 51% os investimentos manterão o patamar atual, enquanto 13% avaliam que haverá queda.
Aprovação do trabalho
A aprovação do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que teve forte influência na avaliação do governo Lula na pesquisa anterior, recuou 19 pontos percentuais, ficando em 46%, contra 65% em julho. São 31% os que consideram o trabalho dele como regular e 23% os que desaprovam, 12 pontos acima de junho. Para 72%, a economia está na direção errada – em julho, eram 53%.
A expectativa positiva para a economia recuou 17 pontos em relação a julho e ficou em 36%. Essa queda puxou para baixo a avaliação do governo Lula, que tinha aprovação de 20% em julho e agora ficou em apenas 12%. 47% dos entrevistados fazem uma avaliação negativa do governo e para 41% a atuação é regular.