Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e integrante da equipe de transição do governo eleito, Adriano Massuda afirma que, no Brasil, há conhecimento sobre experiências que dão certo na área da saúde e aquelas que não dão. “O mundo está se preocupando com o melhor desempenho dos sistemas de saúde. E aqui, há uma convergência sobre quais os melhores caminhos a se seguir”, disse, em entrevista ao JOTA.
Massuda integrou um grupo que analisou todas as propostas na área de saúde encaminhadas aos candidatos à presidência. O trabalho identificou que cerca de 80% das propostas eram semelhantes.
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Entre pontos coincidentes estavam, por exemplo, o fortalecimento da atenção primária. “Ela tem de ser melhor financiada, melhor equipada, com profissionais treinados e melhor conectada com telessaúde”, contou.
Além disso, as recomendações passavam por melhorar o financiamento e a eficiência de gasto. “O fortalecimento do sistema inclui o componente público e também privado”.
Massuda argumentou que a melhora da eficiência está intimamente ligada a uma boa capacidade de gestão pública e de alocar recursos em serviços adequados e em locais certos. Passa ainda por integrar os sistemas público e privado, de forma a garantir melhores entregas, a preços mais baixos. “Se considerarmos os sistemas como duas partes separadas, que funcionam em paralelo, somente teremos ineficiência e iniquidade. O ideal é que haja integração”.
O professor da FGV lembrou ainda a importância de se fortalecer a ciência. “A saúde no país é universal, integral, mas precisa ser regulada. É preciso haver evidências para fazer escolhas e incorporar tecnologias.”
O professor chama a atenção ainda para a necessidade de se investir mais recursos para saúde. O financiamento adequado, argumentou, permite também ações mais efetivas de governança e eficiência. “Mais recursos são necessários para garantir que o sistema chegue a quem precisa. Eles precisam estar atrelados à ampliação do saúde da família, à garantia de profissionais preparados e bem treinados, por exemplo. E uma atenção primária com tecnologia.”