Reajuste dos servidores

Greve na Educação: professores e parte dos TAEs aceitam proposta do governo

Docentes de universidades e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico deliberam pelo fim da paralisação. Governo quer assinar acordos na quarta-feira (26/6)

Técnicos-administrativos em educação estão em greve desde o dia 11 de março / crédito: Fasubra Sindical

Após mais de 80 dias de greve, os professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), os docentes de universidades federais e parte dos servidores do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) aceitaram a proposta do governo e encaminham o fim da paralisação.

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As decisões foram tomadas no final de semana, após reuniões plenárias das principais entidades de classe do setor.

Na plenária do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), foram 88 votos favoráveis ao aceite proposta do governo, com 15 votos contrários e 7 abstenções.

Os docentes das universidades federais também se preparam para o encerramento da greve nos próximos dias. A decisão foi tomada após plenária nacional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes Sindical).

Nos últimos dias, inúmeras universidades já voltaram e, progressivamente, aceleraram o fim da greve. O governo chamou as entidades para a assinatura de acordo na próxima quarta-feira (26/6).

Entidade de TAEs reavalia o cenário

A Fasubra, que representa a maior parte dos TAEs, é a única que deliberou por manter-se em greve. Porém, os dirigentes da entidade reavaliam o cenário, após o governo ratificar os termos de sua última proposta, por meio de ofício.

No caso dos TAEs, que representam 18% do funcionalismo federal, ou 240 mil servidores, a grande conquista, além da completa reestruturação da carreira, foi a promessa de criação de um sistema de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) a partir de 2026.

Os TAEs terão ainda reajuste de 9%, em janeiro de 2025, e de 5%, em abril de 2026. Os ganhos de progressão, a partir de 2026, serão de 4,1%, com redução do tempo para o avanço na carreira de 18 para 12 meses.

Um dos principais líderes da mobilização, Leewertton de Souza Marreiro, da Comissão Nacional de Supervisão do PCCTAE pelo Sinasefe, destaca que, a partir de agora, o maior desafio será regulamentar pontos do acordo entre TAEs e Ministério da Educação, como o RSC e as 30 horas ininterruptas de jornada semanal.

“Do ponto de vista do reajuste salarial, a proposta ficou aquém das nossas expectativas. Mas, somada aos fatores estruturantes, a proposta se mostra razoável. O acordo não foi ruim, nem maravilhoso. Temos muito trabalho nos próximos 180 dias para organizar muitos detalhes para que tenhamos, a partir de 2025, uma carreira nova, com uma tabela reformulada”, afirmou Leewertton Marreiro.


Em relação aos docentes, além da proposta de reestruturação de carreira, com reajustes que, até 2026, variam entre 23% a 43%, o governo topou revogar a portaria 983/2020, que aumentou a carga horária semanal dos professores; a recomposição do conselho que trata da concessão do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC); e o fim dos recursos judiciais em processos sobre a concessão de RSC aos inativos.

No evento de lançamento do PAC das universidades, em 10 de junho, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que as propostas para docentes e TAEs têm impacto orçamentário de cerca de R$ 20 bilhões até 2026.