Em sua segunda temporada, o podcast do JOTA Paredes São de Vidro volta a revelar os bastidores do alto escalão da Justiça brasileira. A partir desta quarta-feira (31/8), o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas são dissecados em episódios que atravessam as décadas desde as fraudes do passado até as atuais desconfianças sobre as eleições. Esta temporada tem o patrocínio do YouTube Brasil e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o apoio institucional do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Introduzidas em 1996, as urnas eletrônicas exterminaram as fraudes na apuração dos votos, quando tiraram das mãos humanas as chances de burlar o direito do cidadão a eleger seus representantes – até então, nem sempre se ganhava no voto, mas na capacidade de deturpar as contagens.
Elas também garantiram a analfabetos e semianalfabetos a possibilidade efetiva de votar. Parecia que o Brasil tinha dado certo. Até que, nos últimos anos, começaram as desconfianças, e o que parecia solução deu origem a novos problemas.
Em seis episódios, o Paredes São de Vidro responde a todas as perguntas, das mais fáceis às desafiadores, e examina todas as suspeitas sobre as urnas eletrônicas. O podcast testa os mecanismos de segurança, tenta invadir uma urna para mudar o resultado de uma eleição, entrevista quem criou as máquinas e também quem primeiro colocou em xeque a segurança delas. Afinal, as urnas são ou não confiáveis?
Ouça ao teaser da temporada:
O primeiro episódio já está disponível e os próximos estarão no ar às quartas-feiras a partir da semana que vem – você pode ouvir no YouTube ou na sua plataforma favorita de podcasts. O Paredes São de Vidro é apresentado por Felipe Recondo, diretor de conteúdo do JOTA.
No primeiro episódio, o retrospecto sobre os cem anos de caos e fraudes eleitorais é contado a partir de um escândalo de roubo de votos no Rio de Janeiro, nas eleições de 1994. A prisão espetaculosa do maior bicheiro do Brasil na época resultou na invenção da urna eletrônica. Quem ajuda a contar essa história é o responsável por supervisionar aquelas eleições, o então procurador eleitoral Alcir Molina.
Ouça ao episódio 1 “Como se frauda uma eleição no Rio de Janeiro”:
As primeiras ideias sobre como usar o computador nas eleições– no momento em que a Microsoft lançava o Windows 95 – são contadas no segundo episódio da temporada, que será lançado na próxima semana. O ministro Carlos Velloso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não admitia enfrentar mais uma denúncia de fraudes generalizadas, então propôs o desafio de que já em 1996 as urnas devessem ser eletrônicas.
Iniciou-se uma corrida insana contra o tempo para, em 15 meses, colocar o projeto de pé. Os bastidores da invenção são contados por Paulo Camarão, que foi superintendente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a quem é atribuída a paternidade das urnas eletrônicas.
Como foi a primeira temporada do Paredes São de Vidro
Na primeira temporada, o Paredes São de Vidro contou como o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros se abriram para a opinião pública e se deixaram o papel de coadjuvantes na esfera pública brasileira. Hoje, qualquer cidadão pode acompanhar ao vivo as discussões jurídicas e as trocas de farpas na Corte, mas nem sempre foi assim.
Em quatro episódios, o programa mostra como o Tribunal se tornou um ator central nas principais decisões da história recente do país. Ele parte de disputas iniciadas na década de 1970 para que o STF recebesse mais atenção da imprensa, passando por uma tentativa de popularizá-lo nos programas de auditório e pela resistência dos ministros em serem filmados no Plenário, até o momento presente.
Ouça a primeira temporada no YouTube ou na sua plataforma favorita de áudio.