Felipe Recondo

Aos dados
Da atual composição do Supremo Tribunal Federal, 7 dos atuais 10 ministros foram indicados pelo PT. Com a vaga de Joaquim Barbosa preenchida, serão 8 em 11. Ou seja, ministros indicados pelo PT já são maioria na Corte. O governo tem perdido várias julgamentos no STF e o tribunal nunca foi acusado de ser submisso ao PT.
E daí?
O ex-presidente Lula indicou ministros de perfis díspares para o STF. Dois tinham ligações históricas com o PT: Carlos Ayres Britto e Dias Toffoli. Foi Ayres Britto, para desgosto do PT, quem pautou para o ano eleitoral o julgamento da ação penal do mensalão.
O primeiro
Cezar Peluso foi o primeiro nome indicado por Lula em 2003. Quando perguntado pelo governo quem o apoiava, citou o nome de um tucano. O ex-ministro José Dirceu trabalhou contra a indicação, mas o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, insistiu no nome e convenceu Lula.
Um amigo
O ministro Menezes Direito foi considerado por Lula como uma de suas melhores escolhas para o tribunal. Nada tinha a ver com o perfil dos petistas. No tribunal, alinhou-se a Gilmar Mendes e Cezar Peluso em julgamentos importantes: pesquisas com células-tronco, terra indígena Raposa Serra do Sol e Lei de Imprensa.
No mensalão
O maior escândalo de corrupção do governo PT foi julgado por uma Corte composta majoritariamente por ministros indicados por Lula e Dilma Rousseff. José Dirceu e companhia foram condenados à cadeia. Na época, dizia-se que era a prova cabal de que ministro do STF, depois de vestir a toga, não presta favor ao governo.
Nos infringentes
Coube ao ministro Celso de Mello, decano da Corte e indicado pelo ex-presidente José Sarney, desempatar o julgamento sobre a admissibilidade dos embargos infringentes no caso do mensalão. E o decano votou favoravelmente ao novo julgamento para os réus do escândalo. Outros três ministros indicados pelo PT votaram contra: Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Teori Zavascki
Foram Gilmar Mendes e Nelson Jobim que levaram ao governo Lula o nome de Teori Zavascki para ser indicado ao Supremo. O ex-presidente não o indicou, mas a presidente Dilma o fez ministro do STF.
Pela governabilidade
O ministro Gilmar Mendes, atualmente, é o integrante do tribunal que mais preocupação demonstra com a governabilidade e as consequências deletérias  das decisões do STF para o governo do País (independentemente de partido). Ele, por exemplo, votou pelo adiamento do julgamento dos planos econômicos e, recentemente, votou enfaticamente contra o reajuste anual de salários para os servidores públicos.
Pré-rompimento
O ex-presidente Lula considerava Gilmar Mendes um dos melhores quadros do Supremo. Os dois costumavam, inclusive, manter conversas frequentes antes de romperem às vésperas do julgamento do mensalão após um encontro no escritório de Nelson Jobim.
Na minoria
A Reforma do Judiciário foi fruto de um acordo entre o governo do PT e o Supremo Tribunal Federal. Alguns dos principais articuladores da reforma promovida pelo governo Lula foram dois ministros do STF indicados por FHC -  Nelson Jobim e Gilmar Mendes – e o senador oposicionista José Jorge (PFL), relator da proposta.
No passado
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso indicou três ministros para o STF nos oito anos de mandato. O primeiro foi seu ministro da Justiça, Nelson Jobim. O último foi seu advogado-geral da União, Gilmar Mendes.

Supreme Federal Tribunal

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JOTA

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